domingo, 15 de setembro de 2013

Gastou em um dia, por quatro anos sufocados

Por Pompílio Neto



Sempre fui um garoto alheio ao mundo da política, como a maioria dos jovens achava que era um mundo de ladrões e que a maioria  dos que estavam ali só queriam lucrar e nada mais, com o tempo e com o ensino médio mudei de ideia: deixei de ser alheio.

Sempre gostei das cachorradas e do modo como são feitas as campanhas eleitorais na nossa região, cidades com 30, 15 , 10 mil ou menos habitantes, onde todo mundo sabe da vida, das viadagens e dos chifres de todo mundo, ah!, e também em quem cada um vota e o menos agradável, o porque. As passeatas, os comícios (ainda alcancei o tempo nostálgico dos showmícios com bandas e bebida de graça, êh como me lembro dos comícios de Dadá deputado e as batidinhas de cajarana em toneis de 200 L, na via costeira ainda sem asfalto que gerava adoráveis esbrugamentos de dedos com o calçamento desnivelado...enfim destá.), as ala moças vestidas de verde, azul, amarelo de acordo com o partido (shortinhos curtos, ôh tentação. Ali sim era um paraíso pro jovem adolescente, hoje em dia a porra do xvideo.com nem chega aos pés.) as charangas movidas a cana, tocando vassourinha cobrindo as chamadas do locutor, e as músicas da campanha, (essa parte sinceramente até hoje não entendi a finalidade rsrsrsr) as carreatas com mais de 300 carros (toda vida era a mesma quantidade, parece que quem contava era pago pra nivelar a disputa), os discursos enfáticos, adesivos fartos pra meninada se apregar toda, um monte de gente feia, suvaqueira da porra, sol quente desgraçado, um palanque apertado, e um infinito comício com discurso ilimitados (que eu me lebre a justiça não determinava horários) sem hora pra acabar, com verdades e mais um pouco de ladainhas que até hoje fazem parte das campanhas dessas cidadezinhas.
Pois bem, passou-se o tempo fui amadurecendo e não sei porque diabos mudei de ideia quanto a política disse isso lá no início; [como a maioria dos jovens achava que era um mundo de ladrões e que a maioria  dos que estavam ali só queriam lucrar e nada mais, com o tempo e com o ensino médio mudei de ideia: deixei de ser alheio.]
Ok, então chegou-se 2011 comecei a me desgostar com o governo municipal, uma ou outra coisa, um maltrato de alguém da prefeitura. Em especial postura inadequada da equipe de comunicação que desrespeitou os blogueiros à época eu era um deles e me chatiei, resolvi então não continuar esse governo que eu tinha votado em 2008. Chegada a época da campanha fui convidado a contribuir para a campanha de um outro candidato, foi umas das maiores experiência que já tive, aprendi muito, vi a camapnha eleitoral por dentro, como funciona, e o que mais me surpreendeu, soube de coisa de outras coligações, assim como as outras sabiam da nossa, enquanto o público fica pensando que cada um cuida da sua e pronto, vá nessa!, a safadagem é grande na eleição, ouvi dizer de boatos sobre ameaças de corte de bolsa família, a tirar linha de motorista tal, “se lembra daquela vez que te paguei uma feira?”...vish!, toda coligação faz, é tudo do mesmo saco, laia, e cambada. Faz parte. Claro, quem é situação, independente de quem seja, faz mais...bem mais, afiná tá nos pudê. É nossa cultura e sinceramente se eu fosse (graças a Deus nem quando tou bêbado tenho vontade) um político faria do mesmo jeito.
Então. Passou-se a eleição o prefeito se reelegeu e de lapada, foi a maior vitória da história do município, 1600 e alguma coisa de vantagem, fora os votos anulados pelo monte de analfabetos que apertaram 34 na urna eletrônica e até hoje diz que digitaram 15 e a foto do candidato não apareceu (detalhe as opções de votos registradas eram 15, 22 e 40), foi uma festa só, fazimento de pouco, foguetões foram tantos que até Obama espionou pensando que o Brasil tava acolhoiado com o Irã.
Pois bem, de melhor prefeito de todos os tempos dos seres humanos, o candidato derrotado passou a ser o pior. E o atual e reeleito, o melhor “melhor do mundo”  de toda a história do “Pânico” (piada sem graça e direcionada a um grupo específico de pessoas que assim como eu assistem um programa idiota que passa na Band), beleza!, feita a festa, parece que todos quase um ano depois (já é tempo) começam a cobrar a conta, especialmente os mais esclarecidos (5 minutos pra eu rir um pouco pessoal kkkk), “tá ligado né prefeito?, a gente votou e sabe né?, emprego”! (mais 5 minutos pra eu rir mais um pouco kkkk), gente é lógico que prefeito nenhum vai cumprir promessa de dar emprego a quem votou nele, até porque é inviável, as prefeituras andam a beira da falência mendigando um FPM, PDF sei lá o que, que o governo federal as repassa. É muita inocência ainda ter gente que decide votar em alguém usando esse critério... pow! se queria se vender tivesse se vendido direitinho, é antes da eleição que se pega meu fi dos outros, ninguém nunca lhe ensinou???
Digo isso porque fico incrédulo com a engraçadês de alguns que votaram no atual prefeito, que contribuíram com a maior vantagem da história do município e de repente, sem motivo nenhum, se rebelam, partem pra tudo que é Facebook©, Twitter©, blogs e calçadas da cidade falar mal do dito cujo, dizendo que ele é ruim, que a saúde é péssima, que a limpeza da cidade é ineficiente, que a assistência social é antissocial (peraê, eu sou antissocial, não vou a festas na via costeira, só pra informar hehe), na boa! Vai querer enganar quem??? Se tudo tá tão ruim assim, e olha que nem eu que votei contra, fiz campanha pra outro candidato e tal não vejo essa catástrofe toda (tá ruim, mas também né esse “São Paulo FC” todo né?) muitos serviços funcionam bem, por exemplo eu gosto das lixeira ecológicas com recipientes para vidro, plástico, papel, e metal. É coleta ecológica. \o/, tá tá!, depois de recolhido é jogado tudo junto, mas pelo menos a gente tem e ilusão de que estamos fazendo certo né? (eu prefiro assim, como comunicador posso me amostrar mostrando as fotos das lixeira e dizer que na minha cidade tem coleta seletiva, ninguém sabe pra onde vai e todo mundo acredita, dá Ibope©.) Falo sério sobre isso. Eu gosto mesmo das lixeirinhas. Mas e só agora ficou tão ruim como dizem que está??? Quer dizer que até ano passado tava ótimo e agora arruinou?.
Sabe o que é isso? Emprego não dado. É isso. E ao contrário de alguns oposicionistas eu sou contra esse tipo de gente, não repercuto, não alimento nem dou bola nenhuma pra esse tipo de protesto, sabe por que? Daqui a três anos é só o prefeito dar uma coisinha e essas pessoas estarão lá: “Votar no 15 eu, votar no 15 ela... libera, libera, linbééééra!”, são discursos sem credibilidade, de quem possivelmente “se venderam” ao um governo que elas mesmas o intitulam como um mal governo, e o pior querem se colocar como indiferentes, sem responsabilidades para com ele. Ora, se o governo tá ruim o responsável é você que votou, não é o prefeito. Ele é seu empregado foi você quem o contratou.
Para terminar, essa matéria (isso é uma matéria?) surgiu quando encontrei na internet uma música de campanha dessas que rolam muito em cidades como a nossa. Eis a letra e o link para quem quiser ouvir.

Quem mandou votar homem?, o seu voto foi comprado!
Gastou em um dia, por quatro anos sufocados!  2x

Não venda  o seu voto, não faça essa besteira
Não ajude o enrolado
Politico que compra voto não tem crédito na cidade
e nenhum serviço prestado
Se ele paga pra ganhar o retorno vem em roubo
e você não parou para pensar
Quatro anos enrolando e ele com seu bando
E a cidade a desejar

Quem mandou votar no homem... 3x

Não venda o seu voto, não faça essa besteira... 2x
OBS: a música serviu como inspiração para o texto, o contexto geral dela não se aplica a obrigatoriamente questão eleitoral de Campo Grande, não estou insinuando nem afirmando que houve compra de voto.


Ah, e antes que venham frescar comigo e me chamarem de fraco e que estou adulando o prefeito tentando algo. Deixo a frase de Betinho logo após o resultado das eleições 2012 para nós da equipe na sua casa numa reunião. “o povo quis Bibi, ele é nosso prefeito, vamos torcer para que ele faça o melhor para nossa cidade”. Estou torcendo afinal votando nele ou não, ele é meu prefeito. Ser democrático não é só aceitar os resultados da maioria, é participar deles, no mínimo não atrapalhar. Durante toda a campanha postei diversas vezes um status no Facebook©, que dizia assim “Não voto por um emprego, voto por um futuro” acho que tá na hora de mais gente pensar assim.

Um comentário:

  1. Muito bem rapaz, falou a verdade verdadeiramente verdadeira. Concordo com você. Show o seu jeito de expressar sua opinião( a forma que escreve). Deus te abençoe.

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